sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Bonequeiras sem fronteiras

Hoje eu aprendi a fazer perucas

Depois aprendi a fazer trança embutida

E com a constante lembrança da vó Dalila no meu coração, fiz as primeiras bonecas da minha vida. Por uma causa linda : as Bonequeiras sem fronteiras.
O movimento começou esse ano:

“Na semana passada a indignação deixou uma nuvem cinzenta sobre quem acompanhou o que aconteceu com os moradores da comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, depois da reintegração de posse que deixou tantos sem lar. No Facebook, a comunidade de artesãs e crafters que geralmente é alegre e positiva mostrou um abatimento, um desconforto solidário que nos fazia repetir as perguntas: isso vai passar sem que se faça nada? isso vai ser logo esquecido? – e a melhor das perguntas, aquela que às vezes temos medo de fazer: como poderíamos ajudar?
Depois de ver essa pergunta estampada nos comentários do Mural da Ceres Torres, me lembrei de algo que talvez pudéssemos fazer juntas algo que fazemos bem, algo que nos alegra: vamos costurar?
Assim inspirada no projeto Dolly Donations, que convida crafters de toda parte a costurarem bonecas e bonecos para crianças que estão vivendo momentos difíceis em campos de refúgio, orfanatos, abrigos, falei com a Ceres e imediatamente colocamos  a coisa em ação: começamos a chamar nossas amigas nas redes sociais e cada uma que chegava acrescentava mais ânimo e a adesão começou a crescer e crescer…. somos hoje mais de 60 espalhadas por todo o Brasil. Pode parecer bobagem pensar em brinquedos quando tudo parece mais urgente, no entanto quem tem ou foi criança (!) sabe que fica mais fácil enfrentar o escuro segurando seu bichinho, boneca ou cobertor que conforta, como bem observou o psicólogo e pediatra Winnicott na Segunda Guerra. Ontem recebemos  apoio internacional vindo diretamente da Dolly Donattions, que espalhará a campanha,  assim as crianças de Pinheirinho receberão bonecas vindas de diferentes lugares do mundo.”


Bom, a ação acima, aconteceu. Tem um resumo lindo de como foi aqui

A Andrea era professora no meu primeiro ano na Escola Trilhas, eu era uma auxiliar louca para aprender e ficava lá só "urubservando" o modo dela trabalhar. Tinha dias que eu chegava cedo e corria na sala dela só para ver o que ela estava fazendo. É minha profe inspiração até hoje. 
No ano seguinte ela foi minha coordenadora. Morro de vergonha só de lembrar as encrencas que minha inexperiência provocaram. Mas me aconselhou, me defendeu, me ajudou. Foi a primeira a saber do meu noivado relâmpago..hehehehe (é que uma semana depois de conhecer o Capis noivamos). No fim do ano casei, me mudei, o tempo passou e reencontrei a Andrea no mundo virtual, arrazando como sempre. 

Bom, o que acontece é que as Bonequeiras sem fronteiras já estão indo para a quarta ação e só agora que eu tomei coragem de fazer algo. 

Assim nasceram minhas primeiras bonequinhas. Ainda estão sem rosto porque eu não tenho ideia de como faze-lo e vou pedir ajuda da minha vizinha crafteira.

Foi fácil não viu. Mas eu senti TANTO amor fazendo isso, mas tanto. 
Foi costurando, me batendo, desmanchando e tentando de novo que eu percebi porque a Andrea é apaixonada por essa causa. Eu fiquei imaginando alguém com a boneca brincando. Eu lembrei da vó Dalila me ensinando a dobrar fralda de pano para fazer boneca e me contando como eram as bonecas da sua infância. Eu lembrei das roupinhas que minha vó fez para minhas bonecas com o mesmo tecido de um vestido azul que ela tinha. Lembrei do casaquinho minusculo de lã e senti um imenso amor por ela, junto com uma saudade que dói o coração. E aí lembrei que minha tia Tuta tão querida costurou nessa mesma máquina. Está lá o nome "Delair" no manual, com sua letrinha. E minha Singer Zig Zag passa a ter muito mais valor.


E aí que o mais lindo veio depois quando um menino com a boca cheia de feijão invadiu minha confecção


E derreteu meu coração





Convido minhas amigas ou leitoras a participar dessa causa tão bonita. Entrem em contato que dizemos como funciona melhor. Qualquer um pode tentar. Existem modelos ainda mais simples e até que podem ser feitos a mão. As entregas vão para Curitiba e de lá encaminhadas ao destino.

A ação agora é para crianças quilombolas, a meta são 200 bonecas até outubro.

Obrigada Andrea pela oportunidade
Obrigada Dadi pela máquina
Obrigada Capis por "não enxergar" a casa super mega ultra bagunçada, me apoiando nesse projetinho. Para vcs terem uma ideia, foi agora as 23h30 que eu terminei de limpar a cozinha (e louça da janta de ontem).

6 comentários:

Mirna disse...

olha ele brincando com as bonecas, isso é um otimo sinal.. que legal né?
parabens pelo projeto Pri..
Bjos

Ana Farias disse...

Demais pri!!! Adorei....muito nobre e concerteza vai fazer bem para essas criancas...

Ana Farias disse...

Demais pri!!! Adorei....muito nobre e concerteza vai fazer bem para essas criancas...

Capistrano disse...

é isso ai, minha zinha

Thais Martins Fernandes disse...

Nossa, que legal! Depois vou ler os links com calma e me interar mais do assunto!
Bjss
Parabens pelo trabalho.. Lindass

Audrey disse...

Pois é, se tem uma coisa que essas bonecas vão ter é muito amor junto com elas!!!! Parabens pela iniciativa, Pri!! E pelo exemplo! bjs!